sábado, 31 de dezembro de 2011

Começa a grande aventura da televisão (2)


Programação da Tupi
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Angelita, Gontijo, Virginia, Flávio, Ema, Angela, Linda e Dircinha
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Walter, Neyde, Nelly, Dalva, Frias, Nair, Angela, Bibi, Zezé, Costinha, Doris, Ilza, Yoná e Pery
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Programas de Auditório e Variedades

Os programas de Auditório e Variedades, o “Espetáculos Tonelux”, de 1952, ficou na mente de muitas pessoas especialmente pelo seu comercial, protagonizado por Neide Aparecida – a maior garota propaganda da época – que, com toda a sua simpatia, olhava para a câmera e falava, pausadamente, o nome do patrocinador: “To... Ne... Luxxxxx!”
“Almoço com as Estrelas” (1956), comandado por Airton e Lolita Rodrigues, converteu-se numa verdadeira tradição aos sábados à tarde. Anos mais tarde, esse mesmo casal também comandaria, na Tupi, o “Clube dos Artistas” nas noites de sexta-feira. No Rio de Janeiro, J. Silvestre fazia história, quebrando todos os recordes de audiência, com os seus programas “O Céu é o Limite”, de perguntas e respostas, e o “Esta é a Sua Vida” (ambos de 1956).
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Rancho Alegre
Dois dias depois da primeira transmissão, em 20 de setembro de 1950, estreou o primeiro programa humorístico, chamado Rancho Alegre protagonizado por Mazzaropi (ator e diretor), Geni Prado e João Restiff.
Mazzaropi foi o único a aparecer nas inaugurações da TV Tupi de São Paulo em 18/09/50 e na TV Tupi do Rio de Janeiro, em 20/01/51.
Duas vezes pioneiro, o grande "Mazza".
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João Restiff, Geny Prado e Mazzaropi
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Em 1956, Chacrinha estreou na televisão no programa Rancho Alegre, na TV Tupi, onde ele interpretou um xerife, numa paródia do western americano. Quando Abelardo Barbosa foi para a televisão já era nome consagrado no rádio carioca. Seu apelido Chacrinha também era muito conhecido e respeitado no meio artístico. Chacrinha iniciou na televisão em 1956, na Tupi carioca, com o programa Rancho Alegre. Dentro do programa havia um quadro chamado Discoteca do Chacrinha.
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Chacrinha na Tupi Rio
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Almoço com as Estrelas
O programa "Almoço com as Estrelas" era exibido todos os sábados, das 12h30m às 16h, pela TV Tupi. E ficou 23 anos no ar. Três meses antes de a versão carioca estrear, o programa foi lançado em São Paulo, em 1957, comandado por J. Silvestre. Depois disso, a atração passou para o casal Airton e Lolita Rodrigues. No Rio, o programa foi comandado por Aérton Perlingeiro, que também comia de verdade na frente das câmeras e convidava para o rega-bofe, monstros sagrados do cinema e do teatro que aspiravam ao sucesso. Os convidados, por sua vez, não se faziam de rogados, comiam, pediam mais, bebiam cerveja e, de sobremesa, devoravam uma deliciosa torta. Mas, além de tudo isso, tinha o famoso peru com farofa, que ficou conhecido como o peru do Aérton. Os artistas, claro, não iam apenas almoçar na Tupi, aos sábados à tarde. Iam, principalmente, divulgar seus novos trabalhos. Aérton lançou no seu almoço nomes como Elza Soares, Dolores Duran e muitos outros. O mundo teatral era representado por grandes estrelas que tinham quase cadeira cativa por lá. Entre elas, Bibi Ferreira, Henriete Morineau, Sérgio Brito e Nathália Timberg. Por isso, Perlingeiro foi considerado o maior divulgador do teatro e da música e ficou em primeiro lugar no Ibope durante 23 anos. Ele também colecionou desafetos. Paulo Autran, por exemplo, era um deles. Aérton falou, ao vivo, que daria uma "sopa" ao mestre Paulo, que na época lançava a peça "Hello Dolly". No que Autran respondeu: "Quem está dando colher de chá sou eu, aparecendo no seu programa". O bate-boca não acabou aí. Perlingeiro terminou a conversa dizendo que tinha convidado Bibi Ferreira, mas como a atriz não pôde participar, contentou-se com Paulo Autran "para tapar o buraco", o público e os artistas adoravam.
Foi o primeiro programa em cores da TV Tupi. Havia filas de candidatos para sentar-se nas mesas daquele almoço e comer o peru do Aérton enquanto divulgava seus trabalhos.
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Ayorton e Lolita Rodrigues com Walter Seissel o palhaço Pimentinha
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Clube dos Artistas
Em 1952, o "Clube dos Artistas" nasceu depois do "Almoço com as Estrelas".
Este nasceu no Rio de Janeiro com Lourdes Mayer, que com seu sorriso e simpatia conquistava o público da TV Tupi. Em São Paulo Lolita e Airton Rodrigues tomaram conta da atração, inicialmente apresentado por Homero Silva e Márcia Real.
Assim como no "Almoço com as Estrelas", o "Clube dos Artistas" também possuia comida para os convidados. Um palco no meio era rodeado por diversas mesas redondas, onde os convidados se deliciavam com as refeições servidas pelos garçons da Rede Tupi. Lolita e Aírton, assim como em seu outro programa, falavam das novidades que os convidados tinham suas opiniões e perguntas típicas de um programa de entrevistas, com puro entretenimento. A idéia era dar aos convidados, nos dois programas, um ambiente caseiro. No "Clube dos Artistas" o casal andavam de mesa em mesa, sendo que a mesa que ficavam em linha reta com o centro do palco era a que o casal começava a apresentar o programa, onde também descansavam e comiam. Este tinha rodadas de pizza, principalmente. E ia entre 80 à 100 artistas em cada programa! Foi no "Clube dos Artistas", de graça, que com a música espanhola Manuela, se revelou para vida artística Julio Iglesias, que foi aplaudido por todos - convidados, equipe técnica, apresentadores - por volta das três da madrugada. Foi sua primeira aparição na TV em todo o mundo. O sucesso veio em seguida, aos poucos.
Com o fim da Rede Tupi, Silvio Santos - que apresentava seu programa simultaneamente pela Tupi e pela Record (da qual ainda era dono na época) convidou o casal a continuar os dois programas na sua emissora. E foi feito um contrato de 1980 à 1985 para permanência do programa na Record.
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Lolita e Ayrton Rodrigues
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Discoteca do Chacrinha Buzina do Chacrinha
O sucesso de Chacrinha em 1956 foi tão grande que, no mesmo ano, a TV Tupi colocou-o na apresentação da Discoteca do Chacrinha até 1960.
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hacrinha recebe a Orquestra Continental de Jaú na entrada dos estúdios da TV Tupi Rio
julho - 1960
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Chacrinha irreverente
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Buzina do Chacrinha
Em dezembro de 1972 à 1978 Chacrinha voltou para a TV Tupi com a Buzina do Chacrinha. 
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Chamada da Buzina do Chacrina
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Chacrinha e as Chacretes
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Vale reparar também a "ousadia" (para a época) da roupas das bailarinas, que mais tarde ganhariam o nome de Chacretes e fariam escola em se tratando de programa de auditório.
Cacrinha e as Chacretes
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Quem não se comunica, se trumbica!
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Além do Rancho Alegre, comandou a Hora da Buzina, programa de calouros onde distribuía buzinadas e abacaxis para os candidatos ao mundo da fama. Discoteca do Chacrinha, onde distribuía bacalhau para a platéia.
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Charge Chacrinha e o troféu Abacaxí
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Em seus programas, o Velho Guerreiro (apelido que ganhou de Gilberto Gil e foi eternizado na música Aquele Abraço) consagrou-se como um dos maiores fenômenos da comunicação de massa do Brasil.
Criou bordões e frases como:
"Eu vim para confundir e não para explicar",
"Na TV nada se cria, tudo se copia",
"Vai para o Trono ou não vai?",
"Vocês querem bacalhau?",
"Quem não se comunica, se trumbica",
e o célebre "Terezinhaaaaaaa", entre tantos outros.
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O Velho Guerreiro lançou para a fama inúmeros artistas. Seria quase impossível citar todos. Apenas como exemplo que certamente vale por mil: Roberto Carlos.
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Roberto Carlos e Chacrinha
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O Bacalhau: Quando o bacalhau encalhou nas Casas da Banha, seu patrocinador na TV Tupi, Chacrinha arrumou um jeito de reverter a situação. Durante o programa, virava-se para o auditório e dizia:
"Vocês querem bacalhau?", e atirava o peixe para o auditório, onde a platéia disputava a tapa o produto.
As vendas explodiram e Chacrinha explicou:
"Brasileiro adora ganhar um presentinho".
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LP do Chacrinha - 1972
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A Grande Chance
Em 1966, é lançado mais dois programas na TV Tupi: "A Grande Chance" e "Sua Majestade é a Lei".
Em 1967, foi realizada a primeira final de "A Grande Chance" no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1968 realizou o programa "A Grande Chance" em Portugal.
Flávio Cavalcanti comandou os seguintes programas:
- 1957 - Um Instante Maestro (TV Tupi)
- 1966 - Júri na TV (TV Tupi)
- 1966 - A Grande Chance (TV Tupi)
- 1966 - Sua Majestade é a Lei (TV Tupi)
- 1970 - Programa Flávio Cavalcanti (TV Tupi)
- 1976 - Um Instante Maestro (TVS)
- 1978 - Programa Flávio Cavalcanti (TV Tupi)
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Flávio Cavalcante e o cantor Silva Cordeiro - 1969
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Programa de 30.10.1969
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LP - A Grande Chance
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Programa Flávio Cavalcanti
Em 1970, estreou o "Programa Flávio Cavalcanti" na TV Tupi do Rio.
Em 1973 teve seu programa suspenso pela censura militar, mesmo sendo considerado amigo e aliado da chamada "Revolução de Março".
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Flavio Cavalcanti - 1974
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O Programa Flávio Cavalcanti chegou a responder por um terço do faturamento do canal, ao dominar 70% da audiência.
Em 1973, a Globo criou novo programa para os domingos, no mesmo horário: o Fantástico. Não abalou Flávio Cavalcante. Sem papas na língua, dizia o que pensava, no ar. Quebrava discos de Caetano. Reclamava da voz de Ney Matogrosso e Maria Bethânia. Dizia que John Lennon desvirtuava a juventude. Entrevistou John Kennedy, sem saber uma palavra de inglês.
Moralista e, às vezes, reacionário, não deixava ninguém indiferente, pelo carisma que tinha. Foi sucesso sem precedentes e jamais imitado.
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Flávio Cavancanti - 1976
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Em 1º de maio de 1974, o apresentador de televisão Flávio Cavalcanti  divulga em seu programa na TV Tupi, às 21h15 um furo de reportagem: 
A canção Grandola, Vila Morena, que foi usada como senha pelos militares que no dia 25 de abril daquele ano derrubaram o governo militar salazarista em Portugal. Agravação foi ensaiada naquele mesmo dia para a apresentação por Roberto Leal, Maria Alcina e Antonio Campos. Note-se que o apresentador fala em movimento, não em revolução ou ditadura, pois o Brasil estava então sob o pleno controle do regime militar que subiu ao poder em 31 de março de 1964 e seria temerário inspirar comparações entre o acontecido em Portugal e a situação no Brasil.
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Programa Mauro Montalvão
O programa aqui exibido é da extinta TV Rio, mas é para conhecer o apresentador que fez programa semelhante na TV Tupi do Rio de Janeiro.
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Programa Mauro Montalvão
O programa aqui exibido é da extinta TV Rio, mas é para conhecer o apresentador que fez programa semelhante na TV Tupi do Rio de Janeiro.
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Programa Hebe Camargo
Hebe Camargo estreou em maio de 1974 ficando até fevereiro de 1975 na TV Tupi.
Programa patrocinado pela Erontex, de Eron de Oliveira.
Direção-geral Wilton Franco, supervisão Nilton Travesso (só até agosto) e depois Solando Ribeiro.
Produção-geral (atualmente denominado produção-executiva) de Edna Teresa Guimarães.
Produção de Mario Tadeu Soares e Lucimara Parisi.
Programa gravado na Cidade da TV, no Sumaré, no estúdio M - Térreo.
Cenários e abertura Sergio Pinheiro e Américo Bittar.
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Hebe Camargo que lançou Raul Gil
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Hebe Camargo - década 1970
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Pinga Fogo 
“Pinga Fogo”, programa lançado em 1962, converteu-se num marco do jornalismo brasileiro ao apresentar, ao vivo do auditório da Tupi, grandes entrevistas com os nomes mais importantes do cenário nacional, contando sempre com um renomado time de jornalistas.
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Entrevista de Chico Xavier em 28.07.1971
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Programa Blota Junior
Foi um acontecimento marcante do começo dos anos 1970. Tinha ocorrido Woodstock, os jovens se rebelavam contra o militarismo marcado pelo Vietnam, o homem pisava na Lua pela primeira vez, os hippies pregavam o amor livre e vi pela primeira vez Easyrider.
Neste contexto o Joelho de Porco era a rebeldia inteligente, uma espécie de Cavalo de Tróia musical.
O Joelho nasceu de apresentações do MONA.
 Joelho de Porco em sua estréia, no Programa Blota Junior da TV Tupi, SP, 1973
Da esquerda para a direita: Conrado (piano), Rodolfo (baixo), Tico (violão), Próspero (bateria) e Waltão (guitarra).
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Cronologia
Década de 1950
A Vida É Assim
Al Neto Comentando
Alô Doçura
A Tupi lançou em 1953, impulsionada pelo sucesso de I Love Lucy, a série de comédia romântica Alô, Doçura! nos mesmos moldes do programa norte-americano. A série consagrou o então jovem casal Eva Wilma e John Herbert.
Alô, Doçura! era exibido uma vez por semana, passando, mais tarde, a ter dois episódios semanais. Foi a primeira série no Brasil em formato “sitcom” (“situation comedy”), com histórias apresentadas em forma de esquetes com duração de 15 minutos, centradas nos problemas de comunicação entre um homem e uma mulher. Em  cada episódio, os atores interpretavam personagens diferentes, em geral as histórias eram encenadas em auditório, incorporando a reação do público.
Alô, Doçura! foi criada para o rádio por Otávio Gabus Mendes, pai de Cassiano, e recebeu o título de O Encontro das Cinco e Meia. No rádio o casal era interpretado por Haydée Miranda e Paulo Maurício. Cassiano Gabus Mendes adaptou o programa para TV Tupi de São Paulo e a partir de 1957 o programa passou a ser transmitido, ainda ao vivo, para o Rio de Janeiro, obrigando seus atores a viajar entre o Rio e São Paulo constantemente.
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John Herbert e Eva Wilma
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O Casal Doçura
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Tupi
De 1953 a 1964
Criação de Cassiano Gabus Mendes
Roteiros e direção de Cassiano Gabus Mendes
Fonte: revista TV Séries
Elenco:
EVA WILMA
JOHN HERBERT
MÁRIO SÉRGIO
MARLY BUENO
Bastidores
O ator Mário Sérgio deixou o elenco em 1954, quando foi substituído por John Herbert.
Foi durante essa produção que Eva Wilma e John Herbert se casaram, em 1955, ganhando o apelido de "Casal Doçura". Os dois decidiram deixar a carreira e a série saiu do ar, voltando poucos meses depois.
Durante a produção Eva ficou grávida duas vezes: de Vívian (1958) e John Júnior (1960), sendo que em alguns episódios, a personagem que representava também estava grávida; em outros, a gravidez era disfarçada. Em gravidez mais avançada, Eva foi substituída pela atriz Marly Bueno.
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Eva Wilma e John Herbert
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Trilha Sonora
Músicas interpretadas por
Poncho e seu
Piano Romântico e Orquestra:
TOO YOUNG
THE MAN I LOVE
CRY
MY FOOLISH HEART
AGAIN
DREAM
STELLA BY STARLIGHT
DANCING IN THE DARK
MOONGLOW
EMBRACEABLE
MY BLUE HEAVEN
CLAP TO HANDS
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Clube do Papai Noel - 1951
Apresentado por Homero Silva juntamente da garota Sonia Maria Dorce.
Era tão querido pelas crianças que, ganhou o apelido de Papai Noel.
As atrações do programas eram: malabarismo, mágica, humor mas a principal atração era os calouros mirins.
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Sonia Maria Dorce, apresentadora
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Espetáculos Tonelux
Falando Francamente
Feira de Amostras
História do Teatro Universal
Histórias de Além-Túmulo
O Anfitrião
O Céu É o Limite
Programa educativo, iniciou em 1954. De todos os programas, porém, o de maior público era “O Céu é o Limite” (1955), apresentado por Aurélio Campos. Consistia em perguntas formuladas a um um convidado com conhecimento de algum assunto. As questões valiam prêmios em dinheiro que ia sendo acumulado na medida em que o candidato desse respostas corretas. Um único erro afastava-o do programa. O candidato podia abandonar o programa quando quisesse e nesse caso levava o prêmio acumulado. Em meados de 1956, Paulo Sergio da Fonseca, respondendo sobre Atletismo, abiscoitou o premio de Cr$ 160.000 cruzeiros. Com o aumento do público de TV, não só os patrocinadores começaram a fazer maiores investimentos em publicidade (em 1956, a Votorantin gastava Cr$ 300.000 cruzeiros mensais em “O Céu é o Limite”). Em 1953 a vedete Mara Rubia ganhava 25.000 cruzeiros na Tupi de São Paulo e outro tanto na Tupi do Rio.
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Aurélio Campos
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Aurélio Campos
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Jota Silvestre comanda o programa
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Jota Silvestre
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O jogo do programa
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O Teatro e a História
Os Melhores da Semana
Melhores da Semana, programa de premiação de 1955. Um programa que dava premiações aos artistas que mais se destacaram durante a semana. Concorriam aqueles da dramaturgia, música, jornalismo e outros.
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Pinga-Fogo
Programa Aerton Perlingeiro
Ritmos S. Simon

Em 1952, Waldir Calmon começou a apresentar o programa semanal "Ritmos S. Simon", pela TV Tupi, e posteriormente pela TV Rio. O programa permaneceu dez anos no ar e transformou-se em um disco-brinde que o patrocinador, as lojas S. Simon, oferecia a seus clientes. 
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Waldir Calmon e seu piano
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Seja Você o Detetive!
Senhora Opinião
Teatro de Comédias
Teatro Gebara
Teatro Policial
TV na Taba
Walter Forster e Homero Silva inauguraram o primeiro programa de TV do País, TV na Taba. De gravata preta, os dois atores apresentaram números de humor e música, no melhor estilo do rádio. O Show na Taba 1950 foi um grande show inaugural da TV TUPI, recheado de músicas, discursos, atos teatrais, tudo dando a idéia do tipo de atrações que teria na Tupi.
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Lia Marques
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Década de 1960
Entre abril e junho de 1968, a Tupi lançou uma nova programação que tinha como objetivo retomar a liderança, mas os resultados não foram satisfatórios. Nesse contexto, Cassiano Gabus Mendes voltou a dirigir a emissora (agora como superintendente) e comandou uma das maiores (se não a maior) virada da história da televisão. As novidades trazidas por ele foram sopros de modernidade e inovação que poucas vezes se viu.

As novelas da Tupi começaram a imprimir uma dinâmica inovadora, revolucionária e bem brasileira na teledramaturgia com novidades como, por exemplo, a abordagem de temas do cotidiano dos telespectadores, o uso de um tom coloquial nos diálogos (abandonando os formalismos), a criação de diversos núcleos com histórias quase independentes, a possibilidade de se fazer uma crítica social e familiar através da história, o surgimento de personagens com os quais o espectador se identifique com facilidade, eliminaram-se os “ganchos” forçados no fim dos capítulos, os atores passaram a ter marcações mais livres em cena, entre muitas outras novidades que formam a base da telenovela brasileira até hoje.

Dessa fase, três grandes produções destacam-se pelo enorme sucesso: “Antônio Maria” (novela escrita e dirigida por Geraldo Vetri), “Nino, o Italianinho” (escrita, produzida e dirigida também por Geraldo Vetri) e o fenômeno “Beto Rockfeller” (escrita por Bráulio Pedroso e dirigida por Lima Duarte).

O impacto causado pelas novidades da Tupi na dramaturgia forçou a Globo a modificar radicalmente seu núcleo de novelas, antes comandado pela cubana Glória Madagan. As contratações de Janete Clair, Daniel Filho, além de autores, diretores e atores da Tupi e da recém-fechada Excelsior, logo revertem o jogo do Ibope a favor da Rede Globo, tendo como marco inicial dessa virada a novela “Véu de Noiva”.

Além das telenovelas, destacavam-se na programação as séries internacionais e os programas de auditório e entrevistas, especialmente “Almoço com as Estrelas”, “Clube dos Artistas”Aerton Perlingeiro, Cidinha Campos, Flávio Cavalcanti e Silvio Santos com o seu “Cidade Contra Cidade”.

Caravela da Saudade
Chacrinha
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Chacrinha está de costas
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Cidade Contra Cidade
Domingo da Bondade
Sua Família, Sua Fortuna
Um Instante Maestro
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Décadas de 1970 e 1980
O sucesso de suas atrações populares, a falência da Excelsior e o enfraquecimento da Record (causado pelos sucessivos incêndios) colocaram a Tupi na vice-liderança isolada de audiência, mas muito atrás da Rede Globo que, desde o ano de 1970, ocupava, confortavelmente, a liderança nacional de audiência.

Em 1971, um fato impressionante mudou os rumos da história das duas maiores TVs do Brasil e forçou o quase desaparecimento dos programas de auditório. Num mesmo domingo de setembro daquele ano, Flávio Cavalcanti e Chacrinha levaram para os seus palcos a mesma atração:
Uma mãe-de-santo, Dona Cacilda, que recebia “Seu Sete de Lira”, um exu do Umbanda. Despachos e rezas ao vivo, banho de pinga na platéia, tumulto envolvendo mais de 5.000 pessoas e até mortes aconteceram naquela noite envolvendo essa apresentação.

A repercussão extremamente negativa desses acontecimentos forçou mudanças: Flávio Cavalcanti vai para a TV Rio e a Tupi estréia em seu lugar o “Hoje é Dia de Show”, que consegue manter, durante algum tempo, índices parecidos com o do  antecessor do horário. Enquanto isso, a Globo cancela os programas de Dercy Gonçalves e, no lugar do Chacrinha, entra no ar o “Fantástico”. O único que se mantém no ar é Silvio Santos, pelo fato de não ser contratado da emissora, e sim “inquilino” dela, já que ele pagava pelo horário que ocupava.

Durante toda a década de 1970, outras ótimas e bem-sucedidas novelas são apresentadas pela emissora: “Jerônimo, O Herói do Sertão” (série de 1971 e regravada pelo SBT em 1984); “Mulheres de Areia” (original de 1973 e regravada pela Rede Globo exatamente vinte anos depois); “O Machão” (1974); “A Viagem” (de 1975, reprisada em 1980 e regravada pela Globo em 1994); “Ídolo de Pano” (um dos maiores sucessos da Tupi nessa fase, apresentado entre 1974 e 1975); “Xeque-Mate” (1976); “O Profeta” (produzida originalmente em 1977 e regravada pela Globo em 2007); Aritana (1978) e “Gaivotas” (1979).

Em fevereiro de 1973, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias lançaram “Os Trapalhões” nos domingos da Tupi. Em janeiro de 1977, o programa se transferiu para a Globo.

Um ponto alto da trajetória da Rede Tupi (e também da TV brasileira) eram as transmissões dos concursos de “Miss Brasil” e “Miss Universo”. A primeira aconteceu em 1951, logo quando o evento foi oficializado, e esteve no ar até o último ano da emissora, em 1980.

Na segunda metade dos anos 1970, a crise financeira se agrava ainda mais rapidamente na emissora, com os constantes atrasos de salário e a já enorme dívida com a Previdência Social. A fim de recuperar os índices de audiência do passado, a Rede Tupi trás para a sua grade muitos programas de auditório comandados por grandes nomes como Flávio CavalcantiChacrinhaHebe CamargoMoacyr FrancoCarlos ImperialJ. Silvestre e Silvio Santos. Silvio havia encerrado seu contrato com a Rede Globo e, em julho de 1975, passou a apresentar seu programa de domingo na Rede Tupi em conjunto com a Record e a TVS.

Entre 1977 e 1978, Mauro Salles ocupou a vice-presidência executiva da Tupi, enquanto Guga de Oliveira (irmão de Boni) foi para a superintendência de produção e programação, numa nova tentativa dos Diários Associados de sanear suas finanças e tornar a emissora novamente competitiva. Mas devido à divergências internas, os dois acabaram saindo em apenas três meses. Nesse mesmo ano é lançado o remake de “O Direito de Nascer”, com uma das maiores promoções já realizadas na história da TV, mas que não obteve um retorno à altura dos investimentos e serviu para aprofundar ainda mais a crise.

Ainda em 1978, Walter Avancini assume o cargo que era ocupado por Guga de Oliveira. As manhãs e tardes passam a ser tomadas por programas religiosos e séries antigas. À noite, são lançadas as novelas “Dinheiro Vivo” e “Como Salvar Meu Casamento”. Aos domingos, após o Flávio Cavalcanti, às 22h, é apresentado “Abertura”, programa criado, produzido e dirigido por Fernando Barbosa Lima e que, através de grandes entrevistas e quadros dinâmicos e variados, apresentava ao Brasil o novo momento político que começava a nascer.

Em paralelo a estréia desses programas, uma novidade aparece nas tardes de segunda a sexta da emissora Associada: o “Aqui e Agora”, um dos primeiros a apresentar dramas pessoais como grande atração. A TVS, em 1981, relançaria essa atração com a mesma equipe, só que com outro nome: “O Povo na TV”.

Abertura
Agência Lig-Pag
Brasil Som
Programa Carlos Imperial
Programa Sílvio Santos (atualmente no SBT)
Rio Dá Samba
Ronnie Von
Programa Show de Turismo
Este programa era apresentado por Paulo Monte.

Eventos
Concurso Miss Brasil
O Miss Brasil 1969, ocorreu no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, em 28 de junho de 1969, com transmissão pela TV Tupi. Vera Fischer, de Santa Catarina, venceu o concurso. Vinte e quatro candidatas disputaram o título.
Resultados
Miss Brasil 1969: Vera Lúcia Fischer (Santa Catarina)
As colocações seguintes foram:
Miss Brasil Internacional 1969 (2° lugar): Maria Lúcia Alexandrino dos Santos (São Paulo)
Miss Brasil Mundo 1969 (3° lugar): Ana Cristina Rodrigues (Rio Grande do Sul)
4° lugar: Mara de Carvalho Ferro (Guanabara)
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Vera Fischer, Marta Vasconcelos, Maria Glória
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O Miss Brasil 1979, aconteceu no Ginásio Presidente Médici, Brasília, DF, com promoção da TV Tupi e dos Diários Associados. Marta Jussara da Costa foi a primeira Miss Brasil do Rio Grande do Norte coroada. As colocadas seguintes, Suzane Ferreira de Andrade e Léa Silvia Dall'Acqua foram eleitas, respectivamente, Miss Brasil Internacional e Miss Brasil Mundo. Vinte e cinco candidatas disputaram o título de Miss Brasil 1979.
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A Corte 1979
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As candidatas
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O Miss Brasil 1980, foi realizado no Ginásio Presidente Médici, Brasília, DF. Eveline Schroeter, do Rio de Janeiro, foi eleita Miss Brasil 1980. 
Vinte e seis candidatas disputaram o título. Foi a última edição promovida pela TV Tupi, e também a última em que foram escolhidas as representantes brasileiras no Miss Universo, Miss Mundo e Miss Internacional num único concurso, fato esse que voltaria a acontecer em 1998.
Fernanda Boscolo de Camargo,  é a quarta representante do Estado de São Paulo a obter o título de Miss Brasil Internacional em 1980, ficando em segundo lugar no concurso nacional (Miss Brasil) realizado nesse ano.
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Fernanda Boscolo - Miss Brasil 1980
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Concurso Miss Universo
O ponto alto da Tupi era as transmissões do Concurso de Miss Universo, que começaram em 1951, desde a oficialização do concurso e terminaram em 1980, quando saiu do ar.
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Ieda Maria Vargas - Miss Universo 1963
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