Chegada do Homem na Lua
Em Julho de 1969, os primeiros homens pisam na Lua. Como os demais brasileiros e telespectadores de muitos outros países, acompanharam a aventura de Neil Armstrong, Aldrin e Collins, numa transmissão ainda em preto-e-branco conjunta das emissoras Tupi e Globo. Isso foi possível porque o Brasil havia inaugurado, meses antes, as estações de Tanguá e Itaboraí, para comunicações via satélite, e em 1968 já havia colocado em operação a Rede Nacional de Microondas, com o sistema de transmissão por satélites Telstar.
O homem na lua - 1969
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Marlene Dietrich
Fez sua primeira aparição em televisão na TV Tupi do Rio de Janeiro em 1959.
No estúdio não entrava ninguém, somente a orquestra e os membros da equipe.
Naquela noite toda a TV mais movimentada do que nunca, Marlene Dietrich ia cantar. O show estava marcado para às 10 e 1/2 da noite.
Na salinha de auditório um aparelho de televisão estava ligado, as cadeiras completamente ocupadas, gente sentada no chão e em pé. Havia uma imensa curiosidade.
Jací Campos (popular diretor e produtor da televisão, conhecido por "Câmara 1") apareceu em cena, vestindo smoking e servindo como mestre de cerimônia para apresentar Marlene.
O cenário era bonito e simples: apenas uma cortina clara e um candelabro.
Então surgiu a bela figura esguia de Marlene Dietrich.
Olhou para a câmara de televisão e disse "Hello", com aquela voz grave e acariciante.
A personalidade de Marlene conquistou logo o auditório.
A estrela respondia em inglês, Jací Campos traduzia para o público e fazia novas perguntas. Marlene sorria e falava sobre sua vida, sua carreira, como começou, sobre Joseph Von Sternberg, sobre América, sobre ter sido soldado na guerra, sobre medalhas que recebeu...
Cantou "Falling in Love Again", "The Boys in the Backroom".
No Intervalo
Marlene apresentou-se com um vestido de lamé dourado, de mangas compridas, sem decote e sem transparência, na época, seria impossível na televisão usar um de seus vestidos de gaze, postos por sobre o corpo.
Depois veio uma bouquet de palmas coloridas. Marlene sorriu. Cantou mais uma vez. Falou com Jací Campos. Despediu-se. Deu as costas para a câmara e foi embora.
O corredor do estúdio estava cround e opened way quando ela passou.
Rapidamente foi para o seu camarim, largando atrás de si uma onda de curiosidade e admiração.
Na rua havia uma multidão esperando por ela. Para poder sair Marlene teve que ser auxiliada pela Polícia de Choque. Ela, porém, foi mais esperta. Atravessou, pelo segundo andar, um terraço que ligava os dois edifícios da então TV Tupi (antigo Cassino da Urca) e saiu no outro edifício. Pegou um carro, ligeiramente, e se foi.
Texto: MAX EDUARDO ZIEMER
Os Jackson 5 no Brasil
Em 1974, o Jackson 5 veio ao Brasil e fez uma apresentação na TV Tupi., a Tupi já passava o desenho animado dos Jackson Five na sua programação.
Michael Jackson, então com 16 anos, passava por uma mudança na voz.
O Programa de Roberto Carlos em 1966 e seus convidados.
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A modelo Iris Letieri e o cantor norte americano Earl Grant
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Esportivo
Comendo a Bola
Replay
Rede Tupi de Notícias - Esportes
Redação Esportes
Eventos Esportivos
Copa do Mundo de 1970
Copa do Mundo de 1974
Copa do Mundo de 1978
Futebol Dente de Leite
Carnaval
Já no início a Tupi transmitiu muitos bailes de carnaval na década de 1950 em São Paulo e direto da TV Tupi do Rio de Janeiro, desfiles do grupo Especial e do grupo de Acesso.
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Carnaval 1980 - Desfile do Grupo A do Rio de Janeiro a última transmissão da Tupi de carnaval
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Infantis
Aventuras do Carequinha
Clube do Capitão Aza
Também na programação infantil a TV Tupi se destacou com o Clube do Capitão Aza, programa diário de segunda a sexta-feira, interpretado por Wilson Vianna, criado em 1966, onde os clássicos do desenho animado como Speed Racer e séries como Ultraman e Ultraseven foram apresentadas.
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O herói Ultraman
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O Capitão AZA, é assim mesmo com Z, comandava a gurizada. AZA era um experiente piloto da FAB. Em plena ditadura militar, o personagem foi criado como homenagem a um falecido herói da FAB, chamado Azambuja, que lutou na Segunda Guerra Mundial, conhecido por AZA entre os colegas do Circo Bombril.
A chamada:
“… Alô, alô Sumaré! Alô, alô Embratel! Alô, alô Intelsat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil!, aqui quem fala é o Capitão Aza, comandante e chefe das forças armadas infantis deste Brasil”.
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Assim começava o programa do Capitão AZA. Ele era o ídolo da molecada. Programa diário, de segunda a sexta, ficou no ar durante 14 anos, apresentando desenhos animados e séries hoje consideradas clássicos como: A Feiticeira, Jeannie é um Gênio, Speed Racer e Corrida Maluca.
Nota: O apresentador ao mencionar "Sumaré", referia-se à estação da TV Tupi, instalada no morro do Sumaré no Rio de Janeiro. Coincidentemente, em São Paulo , o bairro onde ficavam as instalações da TV Tupi, também era no Sumaré.
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Clube do Mickey
Apesar do show ter se tornado popular, ABC decidiu cancelar o show depois da quarta temporada com a Disney. O cancelamento em 1959 foi atribuída por fatores diversos: Os estúdios da Disney não realizaram margens de altos lucros por vendas merchandise, os diretores ficaram desinteressados no programa de educação para crianças, e muitos comerciais foram necessários para pagar o show. Depois de cancelar The Mickey Mouse Club, ABC também recusou deixar a Disney Show ir ao ar em outra emissora. Walt Disney colocou um processo em cima da ABC, e ganhou os prejuízos; de qualquer modo, ele teve que concordar que ambos, Mickey Mouse Club e Zorro não podiam ir ao ar em outra emissora importante.
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Clube da Gurilândia
Estreou em 1955 à 1976, oriundo do rádio. Inicialmente chamava-se Gurilândia. Ficou no ar durante 21 anos. Misturava crianças-prodígios e mães corujas vigilantes.
A meninada cantava com Ângela Maria e Dalva de Oliveira, declamava versos de Castro Alves e tocava instrumentos.
A abertura de Gurilândia era um hino que todos sabiam de cor:
"Unidos pelo mesmo ideal/ Daremos ao Brasil um canto triunfal/ De fé, amor e esperança/ Elevando a alma de criança."
A cantora Sônia Delfino, aos nove anos, foi o cartão de visita do programa. Dava autógrafos para outras crianças, fazia anúncios de produtos.
Nessa mesma época outra criança foi contratada no Clube do Guri do Rio Grande do Sul: Elis Regina.
Outras artistas e cantoras famosas se apresentaram na Gurilândia, como Wanderléia, Rosemary, Neide Aparecida, Leni Andrade e Elisângela.
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Programa Clube do Guri
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Clube do Guri em Porto Alegre - RS, patrocínio da Neugebauer
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Teatrinho Trol
Dez anos de sucesso de 1956 à 1966 do programa infantil da Tupi, onde eram encenadas histórias clássicas como Chapeuzinho Vermelho, Cinderela. O Teatrinho Trol tinha bruxas e princesas, castelos e florestas encantadas, gelo seco e neve de sabão, óperas e boas histórias do teatro e da literatura mundial. No início o Teatrinho Trol era feito ao vivo, com quatro ou cinco cenários diferentes, trocados na maior correria nos intervalos. Depois passou a ser feito em vídeoteipe.
Interpretaram, Fábio Sabag, Fernanda Montenegro, entre outros.
Norma Blum era atriz, que costumava fazer o papel de princesa ao lado de Roberto Cleto, o príncipe. Participaram também como princesas:
Carmem Silva Murgel, Íris Bruzzi e Neide Aparecida.
A bruxa era Zilka Salaberry, adorada pela garotada.
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Humorísticos
A Bola do Dia
Alô, Doçura!
Apertura
Balança Mas Não Cai
A Escolinha do Ciccilo
Ministério das Relações Domésticas
Trapalhadas do Oscarito
Uma Pulga na Camisola
Os Trapalhões
"Os Trapalhões", que apareceram na TV Excelsior e 1966 com o título "Adoráveis Trapalhões", porém formados por Renato Aragão, Dedé Santana, Ivon Cury, Ted Boy Marino e Vanusa. Durante o final dos anos 1960 e início de 1970, na TV Record, eram chamados de "Os Insociáveis" (sem Ivon Cury, Ted Boy Marino e Vanusa, mas já com Mussum).
No início da década de 1970, a TV Tupi estreou um novo humorístico "Os Trapalhões", no formato que a TV Globo iria absorver, com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.
Com piadas que zombam dos estereótipos e jargões, como
Ô, psit,
Ô, da poltrona,
Camuflar,
Cuma?,
Poupança,
Até 1975, ficaram na Tupi, mas em 1976 eles foram para Rede Globo, nas tardes de domingo durante anos.
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Os Trapalhões
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Jornalísticos
O Jornalismo da TV Tupi era constituído basicamente por entrevistas e programas de debate. O noticiário era ainda muito calçado nas notícias retiradas de jornais. Em meados dos anos 1950 começaram a aparecer as equipes de reportagem da TV em busca das notícias com reportagens filmadas em 16 mm (câmeras de cinema, pois as câmeras de TV eram muito grandes e pesadas para saírem do estúdio).
No Jornalismo, o programa pioneiro foi o “Imagens do Dia”, exibido logo no segundo dia da TV Tupi e que não possuía horário fixo (ia ao ar entre 21h30min e 22h). O grande telejornal do Tupi nasceria somente no dia 1/4/1952: o “Repórter Esso”, originado do radiojornal homônimo. Muitos fatos marcantes foram registrados pela “testemunha ocular da história” (slogan do telejornal), que também trazia os destaques internacionais da agência UPI. Cada emissora Associada possuía um locutor diferente na condução do noticiário. O “Repórter Esso” permaneceu no ar até 1970, depois de sofrer com a fortíssima concorrência do primeiro telejornal transmitido em rede nacional do Brasil: o “Jornal Nacional”, da TV Globo.
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Caminhão de externa da TV Tupi no Clube Banespa, para transmitir os "Bailes de Carnaval" que na época eram famosos - 1954
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Abertura
Aqui e Agora, O Povo na TV
Diário de São Paulo na TV
Edição Extra
Apresentado por Mauricio Loureiro Gama e José Carlos de Morais (o tico-tico), diariamente ao meio dia.
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José Carlos de Morais (o tico-tico)
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Imagens do Dia
Jornal da Tupi
Mappin Movietone
Rede Tupi de Notícias
Repórter Esso
No jornalismo a TV Tupi repetiu na tela o sucesso do Repórter Esso, que marcou época no rádio brasileiro a partir de 1941. Os locutores Heron Domingues e Gotijo Teodoro entravam no ar com as últimas notícias nacionais e internacionais ao som de um dos mais famosos prefixos musicais da história do rádio e televisão brasileiros. O famoso telejornal "O Repórter Esso" (que ficou 18 anos no ar).
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Os três eram seis Patetas
Telenovelas
Telenovela - foi invenção da Tupi, que as exibia em capítulos semanais e era capaz de ousadias como mostrar beijo na boca. Foi em 1951, na novela Tua Vida Me Pertence, que Vida Alves deixou-se beijar pelo galã Walter Forster.
A primeira Novela foi, “Sua Vida me Pertence” (1951), protagonizada por Walter Foster e Vida Alves. Nessa novela, também foi feito o primeiro beijo da TV brasileira, que não passou de um simples “selinho”, mas que, mesmo assim, causou grande impacto na sociedade conservadora da época. Foram apenas 20 episódios de, em média, quinze minutos cada um, ao vivo, exibidos duas vezes por semana.
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Vida Alves e Walter Foster
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Teleteatro - a TV de Vanguarda foi o principal programa de teleteatro da TV Tupi. Encenava peças brasileiras e estrangeiras, se transformando no mais importante laboratório para formação de atores, diretores, e muito mais técnicos da TV.
“O Grande Teatro Tupi” estréia em 1951 e faz história apresentando adaptações dos maiores clássicos do teatro e da literatura internacional, além de lançar na TV grandes nomes como Bibi Ferreira, Cacilda Becker, Cláudio Marzo, Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Francisco Cuoco, Glória Menezes, Maria Della Costa, Nathália Timberg, Procópio Ferreira, Rolando Boldrin, Sérgio Britto (que também foi, por algum tempo, diretor do programa), Tarcísio Meira e Zilka Salaberry. Outros teleteatros de sucesso foram “TV de Vanguarda” (1952), “Câmera Um” (1956) e suas histórias de terror, além do infantil “Teatrinho Trol” (1956).
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1964 - Teleteatro "Teatro de Comédia"
Direção: Odair Marzano.
Elenco: Ida Gomes, Carlos Koppa, Francisco Milani, Castro Gonzaga e Yara Sarmento.
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1952
Um Beijo na Sombra
Noivado nas Trevas
Meu Trágico Destino
De Mãos Dadas
Sítio do Picapau Amarelo
O Sítio do Picapau Amarelo foi o programa infantil de 1952. O valoroso e contínuo Sítio, escrito por Monteiro Lobato, era recheaado de personagens inusitados, era fonte de imaginação para as crianças. Nessa época, direção de Júlio Gouveia, o programa foi considerado pela crítica como o que de melhor existia e fazia em gênero infantil na TV. Lucia Lambertini foi a Emilia do sitio do Pica Pau Amarelo. Um dos grandes programas da televisão dos domingos pela manhã dos anos 1950.
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1964
O Direito de Nascer
O primeiro mega sucesso em telenovelas aconteceu , em 1964, com “Direito de Nascer” de 1964 - Original Cubano de Félisi Caignet, antigo sucesso do rádio, adaptado pela Tv Tupi que em 176 capítulos fez o público brasileiro chorar até não poder mais e transformou o elenco em celebridades, desfilando em carros de bombeiro por várias cidades. No papel principal, uma das grandes damas da arte de representar no Brasil, Nathalia Timberg, deu vida – e que vida- à trajetória dramática da irmã Maria Helena e seu filho enjeitado. A trama caiu tanto no gosto popular que virou marchinha de carnaval.
Curiosidade: na hora de sua exibição o consumo de água e energia diminuía consideravelmente, em todas as cidades em que foi exibida.
No Rio de Janeiro, seu capítulo final foi representado ao vivo no estádio do Maracanã!
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Tupi - 21h30
282 capítulos
De 7 de dezembro de 1964 a 13 de agosto de 1965
Novela de Talma de Oliveira e Teixeira Filho
Baseada no original de Félix Caignet
Direção de Lima Duarte, José Parisi e Henrique Martins
A estória:
Havana, Cuba, 1899. A jovem Maria Helena de Juncal, filha de um dos homens mais importantes e poderosos de Havana, Dom Rafael Zomora de Juncal, está apaixonada por Alfredo Martins, filho de Dom Ramiro Martins, ex-sócio e inimigo do pai da moça. Eles sempre se encontram às escondidas e a única pessoa que sabe desses encontros é a negra Dolores, confidente de Maria Helena e empregada dos Juncal há muitos anos. Em uma de suas conversas, Maria Helena revela o que Dolores já desconfiava: a menina engravidou de Alfredo. As duas se desesperam, pois Dom Rafael jamais aceitaria esse neto bastardo.
Alfredo não aceita o filho e sugere aborto, deixando Maria Helena revoltada, pois quer ter o filho de qualquer maneira. Seus pais ficam sabendo da gravidez e Dom Rafael, revoltado, exige saber o nome do amante da filha. Maria Helena não diz, ele a surra e amaldiçoa o próprio neto. Ao descobrir que Alfredo Martins é o pai da criança, Dom Rafael obriga o rapaz a casar com sua filha, mas Maria Helena não aceita e ele manda Dolores e Maria Helena para uma de suas fazendas, onde ninguém poderá descobri-las. Dom Rafael instrui seu criado Bruno para que o chame apenas dias antes do parto.
A criança nasce um menino, que é chamado de Alberto. Dom Rafael ordena que Bruno mate o bebê. Enquanto Maria Helena e Dolores dormem, Bruno rouba a criança e foge para o cafezal. Dolores desperta e pressentindo o que está para acontecer, sai correndo pela casa, rouba uma arma de Dom Rafael e vai atrás de Bruno pelo cafezal. Dolores encontra Bruno com uma faca tentando matar Albertinho no meio da mata. Ela atira em Bruno, que cai desmaiado, enquanto ela foge com o bebê. Maria Helena acorda, procura por Dolores e Dom Rafael diz que ela fugiu com a criança.
Maria Helena volta para sua casa em Havana e não é mais a mesma menina, está triste e angustiada, não se conforma com o ato de Dolores. O casal Juncal faz de tudo para que ela se alegre e esqueça do passado. Maria Helena conhece Jorge Luís, afilhado da Condessa Victória, uma das maiores fortunas de Havana. Apesar de namorar Emília, melhor amiga de Maria Helena, Jorge Luís se apaixona por Maria Helena e marcam o casamento. A família Juncal está novamente feliz, pois parece que Maria Helena encontrou seu caminho. Mas ela conta seu segredo a Jorge Luís e ele rompe, casando-se enfim com Emília. Dom Rafael fica irado e abandona Maria Helena na porta de um convento.
Dez anos se passam, Dolores e Albertinho moram agora em Santiago e começam a surgir problemas: na escola os amigos de Albertinho vivem dizendo ao garoto que Dolores não é sua mãe pois ela é negra e ele branco. Apesar de tudo Albertinho ama muito Dolores e a trata como mãe, Mamãe Dolores. Dom Rafael descobre Dolores e Albertinho, e eles fogem para Havana. Maria Helena, já uma freira, continua muito triste pensando em seu filho. Na mansão dos Juncal ocorre os preparativos para o casamento de Dora Juncal, irmã mais nova de Maria Helena, e Ricardo Monte Verde.
Por uma coincidência, Jorge Luís se encontra com Albertinho, que lhe presta um favor. Albertinho convida Jorge Luís para ir a sua casa. Convivendo com a família, começa a desconfiar que ele é filho de Maria Helena. Jorge Luís acompanha o crescimento e banca os estudos de Albertinho em Havana que se torna um famoso médico.
Anos depois, Dom Rafael sofre um acidente grave precisando de transfusão de sangue. Albertinho, já médico formado, ouve a notícia no rádio, se oferece como doador e salva a vida do homem, sem saber que ele é seu avô. Os anos e ironias da vida mostrarão que Dom Rafael, o avô poderoso, estava errado. O neto bastardo o salva da morte e acaba se casando com sua neta, Isabel Cristina.
Este original cubano de 1946 é sempre lembrado por ter os ingredientes necessárias para chegar às emoções do ser humano. Sua história, por incrível que pareça, não apresenta nenhum mistério que o telespectador só saberá ao final. Ao contrário, o público é quem sabe de tudo. Os personagens em cena se entrelaçam sem se conhecer suficientemente para admitir seus laços familiares. A expectativa se restringe em ver a reação de cada um ante novas revelações.
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Isaura Bruno e Amilton Fernandes
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Para proteger o recém-nascido da adoção por estranhos a empregada negra da família Maria (Mamãe) Dolores foge com ele e o cria como seu filho até sua formatura.
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O encerramento desse primeiro grande sucesso da teledramaturgia teve uma festa no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo , e no dia seguinte, a façanha seria repetida com maior repercussão no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O estádio superlotado dava uma mostra do poder das novelas sobre as massas. Numa espécie de neurose coletiva, o povo gritava o nome dos personagens e chorava por Mamãe Dolores, Maria Helena e Albertinho. Nesse tumulto, a atriz Guy Loup (que passou a assinar por um bom tempo o nome de sua personagem, Isabel Cristina) chegou a desmaiar ante a emoção. Na verdade, nenhum ator brasileiro, em qualquer época, tivera as honras de tanta ovação.
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Nathalia Timberg e Amilton Fernandes
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Antes da apresentação na TV, O Direito de Nascer já havia sido sucesso no rádio.
No Rio de Janeiro, através da Rádio Nacional, sendo a voz do protagonista interpretada por Paulo Gracindo. Ambas as apresentações são da década de 50.
Nos anos 1960, a TV Tupi ainda não era uma cadeia de televisão. A Tupi de São Paulo era independente da Tupi do Rio de Janeiro, e havia uma forte desavença entre as duas estações.
Essa divergência gerou um fato curioso:
O Direito de Nascer era produzida pela Tupi paulista, e como o diretor da Tupi carioca não queria prestigiar programas realizados em São Paulo , a Tupi carioca não transmitia a novela. A atração foi então apresentada pela TV Rio, onde conquistou o maior sucesso e levou os índices de audiência da estação às alturas.
Daniel Filho menciona em seu livro O Circo Eletrônico:
"Grande sucesso no rádio, a Tupi do Rio de Janeiro não aceitou colocar O Direito de Nascer no ar. Mas o Boni, pessoalmente, junto com o Wálter Clark, comprou os direitos da novela. Félix Caignet, o autor cubano, que vivia no México, quis receber o pagamento em dinheiro vivo. Dercy Gonçalves e David Raw foram os portadores dos dólares, que viajaram costurados no casaco de pele da Dercy, e trouxeram os textos originais. A TV Record de São Paulo não se interessou pelo Direito de Nascer, mas Cassiano Gabus Mendes, diretor da TV Tupi, aceitou produzir a novela para exbição em todo o Brasil, deixando a praça carioca para a TV Rio".
A novela teve dois remakes: o primeiro produzido pela própria Tupi em 1978, com Eva Wilma e Carlos Augusto Strazzer vivendo Maria Helena e Albertinho Limonta.
O segundo remake foi gravado em 1997 e apresentado em 2001 pelo SBT, com Guilhermina Guinle e Jorge Pontual como protagonistas.
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Elenco:
NATHÁLIA TIMBERG - Maria Helena
AMILTON FERNANDES - Albertinho Limonta
ISAURA BRUNO - Mamãe Dolores
GUY LOUP - Isabel Cristina
JOSÉ PARISI - Dom Jorge Luís Belmonte
ELIZIO DE ALBUQUERQUE - Dom Rafael Zamora de Juncal
MARIA LUIZA CASTELLI - Conceição
ROLANDO BOLDRIN - Dom Ricardo de Monteverde
VININHA DE MORAES - Dorinha
HENRIQUE MARTINS - Dom Alfredo Villareal Martins
CLENIRA MICHEL - Condessa Victória de Monteverde
LUIZ GUSTAVO - Osvaldo
ADRIANA MARQUES - Rosário
MÍRIAM KERR - Graziela
VERA CAMPOS - Julinha
MARCOS PLONKA - Dom Mariano
LÉO ROMANO - Ramon
JANE BATISTA - Dona Assunção
GENÉSIO CARVALHO - Fabiano
XISTO GUZZI
OSWALDO LOUREIRO
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Tupi - 19h
De julho de 1968 a 30 de abril de 1969
Novela de Geraldo Vietri e Wálter Negrão
Direção de Geraldo Vietri
Sinopse:
Nascido em Lisboa, Antônio Maria Alencastro Figueroa vem tentar a sorte no Brasil, onde se emprega como motorista particular na casa do Dr. Adalberto Dias Leme, dono de uma cadeia de supermercados de São Paulo. Logo ganha a confiança do patrão, que passa a tratá-lo como um amigo e lhe permite usar os automóveis da família nas horas de folga. E ganha mais: a amizade das filhas do Dr. Adalberto, Heloísa e Marina, que, naturalmente, se apaixonam por ele. O chofer assume a posição de conselheiro familiar após a decadência financeira gerada por Heitor de Lima, noivo de Heloísa.
Outro imigrante português, Fernando Nobre, dono de uma panificadora, oferece-lhe sociedade, mas Antônio Maria, inexplicavelmente, prefere continuar como empregado. Por que motivo Antônio Maria quer ficar na casa do Dr. Adalberto? Que vida ele levava em Portugal? Por que aceitou um emprego humilde sendo um moço de trato fino?
Na realidade Antônio Maria é um milionário que está no Brasil fugindo das trapaças de Amália, que logo surge para atrapalhar o amor que nasce entre o português e Heloísa.
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Revista O Cruzeiro -1968
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Elenco:
SÉRGIO CARDOSO - Antônio Maria
ARACY BALABANIAN - Heloísa
ELIZIO DE ALBUQUERQUE - Dr. Adalberto Dias Leme
MARIA LUIZA CASTELLI - Carlota
WILSON FRAGOSO - Heitor de Lima
CARMEM MONEGAL - Marina
DENIS CARVALHO - Eduardo
GIAN CARLO - Jorgito
TONY RAMOS - Gustavo
ANAMARIA DIAS - Glorinha
NÉA SIMÕES - Catarina
NORAH FONTES - Berenice
JACYRA SILVA - Maria Clara
CARLOS DUVAL - Fernando Nobre
GUIOMAR GONÇALVES - Rita
PATRÍCIA MAYO - Alzira
PAULO FIGUEIREDO - Otávio Ferrari
MARCOS PLONKA - Honório Severino
BETH CARUSO - Beth
GUY LOUP - Lúcia
CANARINHO - Arquimedes
ANTÔNIO LEITE - Dr. Cintra
LUIZ CARLOS BRAGA - Machado
GILDA VALENÇA - Amália
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Trilha Sonona:
01. TEMA DE AMOR EM FORMA DE PRELÚDIO - Sérgio Cardoso
02. SONETO - declamação de Sérgio Cardoso
03. SÓ NÓS DOIS - Tony de Matos
04. COIMBRA - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
05. UMA CASA PORTUGUESA - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
06. CORRIDINHO 1951 - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
07. CANÇÃO DO MAR - Sérgio Cardoso
08. CÂNTICO NEGRO - declamação de Sérgio Cardoso
09. LADO A LADO - Tony de Matos
10. BAILINHO DA MADEIRA - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
12. TIROLIROLIRO - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
Sonoplastia e Seleção Musical: Salatiel Coelho
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Beto Rockfeller
Uma inovação na televisão brasileira. Enquanto a superprodução era a arma da TV Excelsior para segurar a audiência, a TV Tupi apostava na linha iniciada com Antônio Maria. A idéia inicial da novela foi do então diretor geral da TV Tupi, Cassiano Gabus Mendes. Ele chamou o dramaturgo Bráulio Pedroso para escrever os capítulos, mas como Pedroso era um homem do teatro e pouco entendia sobre televisão, seus textos eram adaptados pelo diretor da novela, Lima Duarte. Cassiano, Bráulio e Lima estavam por trás de uma trama simples, mas que mostrava nova proposta de trabalho para a televisão brasileira.
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Beto Rockfeller abandonava a linha de atitudes dramáticas e artificiais que acompanhavam as novelas desde que o gênero havia chegado ao gosto nacional. Na verdade, uma primeira tentativa havia sido feita por Lauro César Muniz em 1966 com Ninguém Crê em mim na TV Excelsior, em que o tom coloquial dos diálogos rompia com os padrões estabelecidos até então. Todavia só mesmo com o trabalho de criação e o posicionamento de modernizar a linha da telenovela, foi possível adaptar o público às novas exigências. Não só os diálogos mudaram. Tudo passou por uma renovação - a estrutura da história principalmente.
O maniqueísmo vigente passa a ser integrante do próprio protagonista; o anti-herói assume os postos até então ocupados por personagens de caráter firme, sensatos, absolutamente honestos e capazes de qualquer proeza para salvar a heroína das adversidades. A sua concepção procurava se aproximar das pessoas comuns; isto é, ter as atitudes boas ou más conforme se apresenta a vida.
Um dos méritos da novela foi dar ao público uma fantasia com gosto de realidade. As notícias que andavam nos jornais da época faziam parte de sua trama. Os fatos mais sensacionais e as fofocas mais quentes eram comentadas por seus personagens.
Beto Rockfeller revolucionou até o modelo de interpretação dos atores, que passou dos exagerados gestos dramáticos para uma forma natural. O próprio Luiz Gustavo fazia questão que o personagem fosse o mais verdadeiro possível. A linguagem era coloquial, os diálogos incorporavam gírias e expressões do cotidiano. Isso fazia com que o público se identificasse com a história. Muitas vezes, os atores improvisavam suas falas, inventando diálogos que não estavam no script, o que também era novo na TV.
Eliminou-se o final de capítulo com "ganchos" forçados. E a direção não se restringiu apenas a marcar os atores em função da câmera. O despojamento dessa marcação provocou a libertação dos atores, no sentido de fazer um trabalho artístico também na televisão.
Outra inovação foi a trilha sonora, que deixou de trazer temas sinfônicos tocados por orquestras e utilizou sucessos pop da época, como os Beatles, Rolling Stones e Bee Gees. No entanto, a trilha sonora da novela não foi lançada comercialmente.
Mas nem tudo foi perfeito em Beto Rockfeller. O sucesso fez com que a emissora "espichasse" sua história, e o autor Bráulio Pedroso, em grande estafa, abandonou provisoriamente a sua obra (foi substituído por três autores liderados por Eloy Araújo). Lima Duarte também ausentou-se, sendo substituído pelo diretor Wálter Avancini. Alguns atores tiraram férias, e muitos dos capítulos eram preenchidos com qualquer "criação" de emergência: um grupo de jovens dançando numa festinha, um personagem caminhando indeciso ou então uma determinada ação, sem diálogos, era acompanhada por alguma música de sucesso. Com uma mudança tão radical, a novela poderia perder audiência, o que não aconteceu.
Tudo o que foi válido serviu de base para as novelas do futuro. Até mesmo as improvisações dentro da falta de organização da época servem de modelo até hoje. Mas, no fundo, se as novelas revolucionavam na sua fórmula, seu conteúdo era mantido o mesmo. Um vaivém em busca da audiência.
Como o protagonista, Luiz Gustavo atingiu o auge de sua popularidade e se consagrou como um grande ator da televisão brasileira.
Devido ao seu alongamento, a novela apresentou alguns personagens efêmeros, que sumiam e desapareciam de acordo com a necessidade da história. Assim surgiu Domingos, dono de uma oficina, que só aparecia de costas e que em pouco tempo morreu. Foi o caso também de Secundino, mordomo na mansão do milionário Otávio (Wálter Forster). Desse personagem o público só conhecia as mãos e a voz misteriosa. Ele também desapareceu sem que seu rosto fosse visto. Tanto Domingos quanto Secundino foram vividos pelo diretor Lima Duarte, que, por sinal, representou pelo menos uns cinco papéis na novela nesse mesmo esquema.
Foi em Beto Rockfeller que a novela recebeu, ainda que em caráter não oficial, o primeiro merchandising. Como Beto bebia muito uísque, Luiz Gustavo fez um acordo com um fabricante de um remédio contra ressaca, o Engov, e faturava cada vez que engolia o produto em cena. O combinado do ator com a empresa do Engov, que estava chegando ao mercado, era: cada vez que Beto dissesse a palavra "Engov", o ator ganharia 3 mil cruzeiros (o salário da Tupi era de 900 por mês). "Só num capítulo, falei 33 vezes, sendo 22 num telefonema!", contou Luiz Gustavo.
Beto Rockfeller foi também a primeira novela a utilizar tomadas aéreas. Os técnicos voaram de helicóptero para gravar uma cena de pesadelo do personagem-título.
Em 1970, no rastro do sucesso da novela, foi lançado o filme Beto Rockfeller, dirigido por Olivier Perroy, protagonizado pelo ator-personagem Luiz Gustavo, mas sem repercussão.
Em 1973, Bráulio Pedroso escreveu uma continuidade: A volta de Beto Rockfeller, com parte do elenco original. Não conseguiu a repercussão esperada, mas também não comprometeu o personagem.
Hoje, não existem mais os capítulos da novela. O pouco que sobrou de suas filmagens está guardado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Quase todos os capítulos foram apagados pela própria Tupi, que usava as fitas para gravar por cima os capítulos seguintes. A Tupi já passava por dificuldades financeiras e todos os projetos que apareciam tinham de ser feitos com baixos custos, mas que trouxessem lucros para a emissora.
Beto Rockfeller abandonava a linha de atitudes dramáticas e artificiais que acompanhavam as novelas desde que o gênero havia chegado ao gosto nacional. Na verdade, uma primeira tentativa havia sido feita por Lauro César Muniz em 1966 com Ninguém Crê em mim na TV Excelsior, em que o tom coloquial dos diálogos rompia com os padrões estabelecidos até então. Todavia só mesmo com o trabalho de criação e o posicionamento de modernizar a linha da telenovela, foi possível adaptar o público às novas exigências. Não só os diálogos mudaram. Tudo passou por uma renovação - a estrutura da história principalmente.
O maniqueísmo vigente passa a ser integrante do próprio protagonista; o anti-herói assume os postos até então ocupados por personagens de caráter firme, sensatos, absolutamente honestos e capazes de qualquer proeza para salvar a heroína das adversidades. A sua concepção procurava se aproximar das pessoas comuns; isto é, ter as atitudes boas ou más conforme se apresenta a vida.
Um dos méritos da novela foi dar ao público uma fantasia com gosto de realidade. As notícias que andavam nos jornais da época faziam parte de sua trama. Os fatos mais sensacionais e as fofocas mais quentes eram comentadas por seus personagens.
Beto Rockfeller revolucionou até o modelo de interpretação dos atores, que passou dos exagerados gestos dramáticos para uma forma natural. O próprio Luiz Gustavo fazia questão que o personagem fosse o mais verdadeiro possível. A linguagem era coloquial, os diálogos incorporavam gírias e expressões do cotidiano. Isso fazia com que o público se identificasse com a história. Muitas vezes, os atores improvisavam suas falas, inventando diálogos que não estavam no script, o que também era novo na TV.
Eliminou-se o final de capítulo com "ganchos" forçados. E a direção não se restringiu apenas a marcar os atores em função da câmera. O despojamento dessa marcação provocou a libertação dos atores, no sentido de fazer um trabalho artístico também na televisão.
Outra inovação foi a trilha sonora, que deixou de trazer temas sinfônicos tocados por orquestras e utilizou sucessos pop da época, como os Beatles, Rolling Stones e Bee Gees. No entanto, a trilha sonora da novela não foi lançada comercialmente.
Mas nem tudo foi perfeito em Beto Rockfeller. O sucesso fez com que a emissora "espichasse" sua história, e o autor Bráulio Pedroso, em grande estafa, abandonou provisoriamente a sua obra (foi substituído por três autores liderados por Eloy Araújo). Lima Duarte também ausentou-se, sendo substituído pelo diretor Wálter Avancini. Alguns atores tiraram férias, e muitos dos capítulos eram preenchidos com qualquer "criação" de emergência: um grupo de jovens dançando numa festinha, um personagem caminhando indeciso ou então uma determinada ação, sem diálogos, era acompanhada por alguma música de sucesso. Com uma mudança tão radical, a novela poderia perder audiência, o que não aconteceu.
Tudo o que foi válido serviu de base para as novelas do futuro. Até mesmo as improvisações dentro da falta de organização da época servem de modelo até hoje. Mas, no fundo, se as novelas revolucionavam na sua fórmula, seu conteúdo era mantido o mesmo. Um vaivém em busca da audiência.
Como o protagonista, Luiz Gustavo atingiu o auge de sua popularidade e se consagrou como um grande ator da televisão brasileira.
Devido ao seu alongamento, a novela apresentou alguns personagens efêmeros, que sumiam e desapareciam de acordo com a necessidade da história. Assim surgiu Domingos, dono de uma oficina, que só aparecia de costas e que em pouco tempo morreu. Foi o caso também de Secundino, mordomo na mansão do milionário Otávio (Wálter Forster). Desse personagem o público só conhecia as mãos e a voz misteriosa. Ele também desapareceu sem que seu rosto fosse visto. Tanto Domingos quanto Secundino foram vividos pelo diretor Lima Duarte, que, por sinal, representou pelo menos uns cinco papéis na novela nesse mesmo esquema.
Foi em Beto Rockfeller que a novela recebeu, ainda que em caráter não oficial, o primeiro merchandising. Como Beto bebia muito uísque, Luiz Gustavo fez um acordo com um fabricante de um remédio contra ressaca, o Engov, e faturava cada vez que engolia o produto em cena. O combinado do ator com a empresa do Engov, que estava chegando ao mercado, era: cada vez que Beto dissesse a palavra "Engov", o ator ganharia 3 mil cruzeiros (o salário da Tupi era de 900 por mês). "Só num capítulo, falei 33 vezes, sendo 22 num telefonema!", contou Luiz Gustavo.
Beto Rockfeller foi também a primeira novela a utilizar tomadas aéreas. Os técnicos voaram de helicóptero para gravar uma cena de pesadelo do personagem-título.
Em 1970, no rastro do sucesso da novela, foi lançado o filme Beto Rockfeller, dirigido por Olivier Perroy, protagonizado pelo ator-personagem Luiz Gustavo, mas sem repercussão.
Em 1973, Bráulio Pedroso escreveu uma continuidade: A volta de Beto Rockfeller, com parte do elenco original. Não conseguiu a repercussão esperada, mas também não comprometeu o personagem.
Hoje, não existem mais os capítulos da novela. O pouco que sobrou de suas filmagens está guardado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Quase todos os capítulos foram apagados pela própria Tupi, que usava as fitas para gravar por cima os capítulos seguintes. A Tupi já passava por dificuldades financeiras e todos os projetos que apareciam tinham de ser feitos com baixos custos, mas que trouxessem lucros para a emissora.
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Tupi - 20h
De 4 de novembro de 1968 a 30 de novembro de 1969
Novela de Bráulio Pedroso
Escrita por Bráulio Pedroso, Eloy Araújo, Ilo Bandeira e Guido Junqueira
Criação de Cassiano Gabus Mendes
Direção de Lima Duarte e Wálter Avancini
Trama:
Alberto - ou Beto, como é mais conhecido - é um charmoso representante da classe média baixa que mora com os pais, Pedro e Rosa, e a irmã, Neide, no bairro de Pinheiros, em São Paulo , e trabalha como vendedor em uma loja de sapatos na Rua Teodoro Sampaio.
Com sua intuição e perspicácia, o vendedor Beto se transforma em Beto Rockfeller , primo em terceiro grau de um magnata norte-americano, e consegue penetrar na alta sociedade, através de sua namorada rica, Lu, filha dos milionários Otávio e Maitê. Assim, ele consegue frequentar as badaladas festas e as rodas da mais alta sociedade paulista.
Quem Beto preferirá afinal? A temperamental Lu, garota sofisticada e rodeada de gente importante; ou a inocente Cida, a humilde namoradinha do subúrbio? A contradição será explicada através de seu nome: Beto, humilde e trabalhador do bairro simples, e Rockfeller, sofisticado e badalado da Rua Augusta, lugar muito frequentado pela alta roda nos anos 60.
Enquanto vacila entre os dois extremos, a grã-finagem dobra-se ante seu maniqueísmo, e ele tem de fazer toda ordem de trapaça para que sua origem - que já não é segredo para Renata, uma jovem grã-fina decadente - não seja descoberta. Para se safar das confusões, o bicão Beto conta sempre com a ajuda dos fiéis amigos Vitório e Saldanha.
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1969
Enquanto Houver Estrelas
João Juca Jr.
Nenhum Homem é Deus
Nino o Italianinho
Uma das primeiras novelas a usar o merchandising, ou seja, a publicidade de produtos implícito nas cenas ambientadas, no caso, no armazém que transcorria a história. Novela que proporcionou a Juca de Oliveira seu primeiro papel importante na TV.